Há duas décadas, o desfalecimento da Praça Marquês de Pombal (no centro histórico) era motivo de grande preocupação e debate. O poder desvalorizava a situação: considerava-a normal e transitória, fruto do envelhecimento dos residentes e da alteração de modos e estilos de vida das gerações mais novas. Mas viu ali uma boa oportunidade para mostrar o seu voluntarismo. Vai daí, sem estudar o problema, derreteu lá dinheiro a-rodos.
A câmara comprou imóveis, garantindo que recuperando os edifícios e deslocando para lá serviços revitalizava a praça e o centro histórico - só beneficiou os proprietários dos edifícios que venderam bem vendido; construiu parques de estacionamento, no coração da cidade, contra todas as tendências recentes, que continuam vazios; colocou em marcha um plano de revitalização urbana que só descaracterizou e desqualificou a praça - recentemente corrigido devido à degradação e disfuncionalidade do espaço; avançou com um programa de apoio ao comércio tradicional, com financiamento a fundo pedido, que foi um fiasco total; implementou um programa de revitalização do centro histórico que só o enegreceu e entristeceu mais. Resultado: torrou milhões e matou a praça. Actualmente, a única actividade que ali sobrevive – e com futuro garantido - é a Casa Mortuária. Ámen.
No Largo - agora Praça - do Cardal o processo foi semelhante e o resultado parecido: um plano de revitalização que descaracterizou e desqualificou o espaço, tornando-o desconfortável e nada apelativo. Consequentemente afastou as pessoas e condenou ao definhamento os pequenos negócios. A Praça, que deveria ser a sala de visitas da cidade, está sem vida, vazia e desprezada. Esta descrição pode incomodar e molestar o sentimento bairrista, mas é a pura realidade – confirmada ao longo de todos os dias do ano.
Nesta pacata "paróquia" salvam-se os “negócios” do cura Vaz, que sem concorrência beneficia desta triste realidade: na Praça do Cardal cuida dos espíritos; na Praça Marquês de Pombal encaminha as almas.
Há muito tempo que defendo, tive oportunidade de comunicar a alguns autarcas, que a Praça Marquês de Pombal deverá ter como destino ser o pólo de atracção recreativa e de laser na nossa cidade. Como já não ter moradores, seria uma mais-valia colocar como zona privilegiada para a instalação de espaços de hotelaria e diversão nocturna. Aquela praça com uma esplanada ao centro e bares, discotecas e restaurantes seria uma zona que iria atrair muita gente jovem a Pombal. Claro que há o reverso da medalha, mas ai teria que ser criada uma policia Municipal e os espaços nocturnos obrigados a ter forças de segurança privada, devidamente licenciada.
ResponderEliminarA Praça até me parece muito bem.
ResponderEliminarAntes tinha uma cagadeira.
Agora já não tem.