Antes de falar, como é conhecida, da Capela dos Malhos, remeto-nos para uma história fascinante: a Capela de Santa Ana.
A Capela de Santa Ana, situada no promontório da barra de São Martinho do Porto, lugar ermo e de difícil acesso, mas com uma localização e vista singular sobre o mar e a baía, terá sido construída durante o século XII e é apontada como o edifício religioso mais antigo do concelho de Caldas da Rainha e em particular da antiga freguesia de Salir do Porto.
Há pelo menos mais de um século que se encontrava ao abandono e tudo indicava que era uma questão de tempo até se deixarem de ver os escombros a que estava reduzida. Mas eis que, com um investimento de 93 mil euros e vontade se reconstruiu, o mais próximo do original possível, esta Capela.
Bem perto de nós encontramos a conhecida Capela dos Malhos que estará, grosso modo, no mesmo estado de conservação que a, agora fantástica, capela de Santa Ana.
A Ermida ou Capela dos Malhos consta no PDM do município como património referenciado e apesar de um esforço da população na década de 60, tal como a outra capela, parece irrecuperável.
De acordo com informações paroquiais de 1721 [Tese de Mestrado de Nelson Pedrosa] “foi erigida e fabricada pelo povo. Tinha capelão nos domingos e dias santos e pertencia aos moradores da marinha”. Apresenta ainda sobre o lintel, entretanto caído, a data de 1633.
Estando em ano de eleições autárquicas, pode ser, que com alguma vontade e algum investimento se possa replicar o que de bom se fez para os lados das Caldas. E com base neste exemplo de nada vale aqueles que dizem que "é complicado" ou que "já não dá para recuperar".
Sr. Luis Couto, deixe as coisas do património, da cultura e da religião para outra altura. Estamos numa época em que é urgente e primordial enterrar os mortos, cuidar e proteger os vivos e relançar as nossas vidas.
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