Boa noite Pombal; boa noite Mundo.
Esta é a noite da Revolução de Abril;
Esta é, também, a noite da criação do Farpas Pombalinas.
Comemoramos hoje, convosco, 13 anos de actividade regular do Farpas, com o debate que se impunha: Terramoto político em Pombal e a liberdade de o dizer.
Farpas é isto, é política. Nascemos com este ADN, gostamos de fazer isto - análise e crítica sociopolítica. Por isso, e por que muitos apreciam o que fazemos, vamos continuar por cá.
Convém relembrar, que, por cá, a política era uma carreira, uma profissão, um estatuto. Era. Mas deixou de o ser. Aos que no início profetizavam que o Farpas era mais um epifenómeno do éter digital, a que não se deveria dar grande importância, hoje dizemos: enganaram-se. Hoje, podemos dizer que os políticos passam e o Farpas fica. Com o mesmo propósito inicial.
Nestes 13 anos, fizemos um caminho de que nos orgulhamos: atraímos uma pequena legião de seguidores, mas também gerámos ódios de estimação. É a vida. Tinha que ser assim. Orgulhamo-nos de ter levado muita gente a interessar-se pela coisa pública, nomeadamente as mulheres. Desmistificámos algumas coisas: a atração pelo unanimismo, a obsessão doentia pelo politicamente correcto, a ideia de que as mulheres não se interessam por política, etc.
É verdade que neste trajecto beneficiámos muito do contexto, mas também é verdade que fizemos a cama onde nos sentimos confortáveis. Em Abril de 2008 – quando criámos o Farpas - nunca imaginámos que passados 13 anos estivéssemos, aqui, a debater o maior Terramoto Político local das nossas vidas.
Há muito sentíamos uma dessintonia crescente entre a acção política e as exigências colocadas à acção política. E fomo-la evidenciando, e cavando. Mas estávamos longe de imaginar o sucedido em Pombal: o colapso do poder instalado na câmara. Não tenhamos dúvidas nem medo de classificar as coisas: é o colapso de uma forma de fazer política. Mas desenganem-se aqueles que pensam que o problema estava, exclusivamente, em D. Diogo (e no seu escudeiro, para não o deixarmos sozinho). O problema tem várias causas, que os nossos convidados, os d`casa, e público abordarão e avaliarão com certeza. Agora, interessa – pensamos nós – escalpelizar as razões que estiveram na base deste terramoto político, que arrasou o principal actor, mas não só o principal actor; atingiu, igualmente, as personagens secundárias deste ramalhete. Interessa, igualmente, refletir sobre as novas exigências colocadas à acção política local: que relação com os destinatários das políticas? Deve a política ser autêntica ou um jogo de aparências? Deve saber comunicar o que faz e por que faz ou limitar-se a propagandear? Que papel para a oposição? Como deve ser feita (oposição) para ser eficaz? Etc.
Siga o debate.
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