O PSD voltou a ganhar; e os outros a perder. Por conseguinte, o doutor Pimpão continuará a presidir à “junta” e às juntas, acompanhado por criaturas ainda mais imberbes que ele. E os outros continuarão a assistir, ou a desistir. E assim tudo continuará na mesma, devagar e devagarinho, como a lesma. É uma vitória que tem tanto de plena – arrebanhou todos os “tachos” - como de pequena, que não traz nada de novo, só estragos no dia seguinte.
O resto é só derrotados. Todos iguais (na fatalidade), e todos diferentes (no estado de espírito momentâneo: uns felizes, com pequenos nadas; outros desiludidos, com o estilhaço das ilusões ocas; e outros simplesmente aliviados do martírio a que inutilmente se submeteram).
A “história” eleitoral repete-se demasiado por aqui. A repetição, como diz a psicanálise, protege da agitação da vida individual, impõe a paz mortal de uma cultura que bane a surpresa, é “morte”. Os resultados mostram o declínio da confiança dos cidadãos nos políticos locais, nos partidos e no poder local, uma orfandade colectiva e uma falta de sentido de colectividade e de comunidade assente numa representatividade justa e plural.
Em Democracia é a oposição que determina o exercício do poder. Deixaremos de ter oposição, papel reservado simbolicamente a um ou outro ramo de enfeite. Na verdade, já não a tínhamos; e daí vem, com certeza, uma das explicações para este desastre da dita oposição.
O PS não conseguiu nada (relevante), nem poderia conseguir, míngua para o mínimo absoluto. Só mentes muito etéreas poderam crer em coisa diferente… Nas coisas dos humanos, a essência precede sempre a existência. E como diz o povo, o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. É um resultado que deixa marcas no partido e em quem deu a cara pela aventura. Mas sejamos justos: a responsabilidade maior não deve ser assacada aos que deram a cara pela desventura, mas a quem traçou todo o guião e, depois, perante o evidente desastre, se escondeu na toca.
O Chega participou e mostrou o que é... Pelo meio e no final, proporcionou o cumprimento do desejo de Manuel Serra: chegar a vereador.
O Independente Luís Couto cumpriu com brio o desafio inglório de tentar chegar a vereador. Jogava nestas eleições a afirmação do seu movimento político e o seu destino político. Falhou. A política nunca é só um desafio pessoal. Falhou o objectivo.
Do resto não vale a pena falar - o nada é nada.

Constato que afinal a felicidade também se faz de "pequenos nadas” mas quando ao mesmo tempo se evitam males maiores, a felicidade redobra.
ResponderEliminarConvenho que o meu caso é inédito e a minha eleição improvável, mas estar no lugar certo na hora certa faz os sucessos acontecerem.
E é assim que candidatos “do canto” passam a bola e remetem, a final, para canto, quem, com toda a humildade, julgava estar ao centro, mas na hora do remate é excluído do jogo.
Para esses segue-se um horizonte árido de peregrinação no deserto, agora já sem palcos autárquicos ao jeito, efeitos perversos e porventura sem os financiadores que viram as suas apostas sem qualquer retorno!
Resta a humildade real para aceitar que afinal não basta a pretensão bacôca, uns argumentos bem urdidos e umas propostas delirantes, para convencer o povo.
Os que ficaram encarregados dos próximos 4 anos na CMP irão certamente dar o seu melhor, não para tornar Pombal melhor, mas tão só para demonstrar ao Farpas quão erradas estão as suas profecias…
Aguardem que logo verão!
Caro Manuel Serra, a única proposta delirante que me apareceu nestas autárquicas foi um candidato que propunha cortar as árvores da mata do castelo...
EliminarA primeira vez que falei no acesso mecânico ao castelo disseram a mesma coisa.
EliminarA história está cheia de ideias à frente do seu tempo que só o tempo um dia dará razão.
Até lá vão permanecendo as ideias sem ideias. 🌹
O PS de Pombal, conseguiu mais um record histórico nas Freguesias. Pela primeira vez sem conquistar Juntas e ainda para piorar o cenário, algumas Juntas não obteve mandatos, por falta de comparencia e noutras não conquista mandatos por não atingir o minimo de votos exigivel para isso. Na zona Oeste ( três freguesias) não elege ninguem. No total das 17 Freguesias só obteve 14 mandatos. Só resta uma coisa ao actual Secretariado: Demitir-se e pedir que sejam convocadas eleições para a Concelhia. RIP PS de POMBAL.
ResponderEliminarDepois dos festejos e espetáculos de luzes e lantejoulas, assentemos os pés neste belo local plantado à beira-mar.
ResponderEliminarPreparados para assistir a mais um espetáculo de felicidade e ilusionismo?
Será que o mestre da felicidade irá arregaçar as mangas e resolver os problemas básicos do município? Ou estará ele a preparar mais um arraial de vinho do São Martinho?
Não querendo ser dramático(a), mas o trabalho, a honestidade e a verdade incomodam o poder feudal fruto de anos de submissão cega.
"Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre."
Simone de Beauvoir
Ah, o grande movimento de independentes! Prometeram uma revolução... O resultado? A proeza monumental de não segurar uma única junta de freguesia. Prometeram um banquete e serviram uns tremoços! O seu modus operandi é digno de um estudo: um "comité central" que faria o antigo PCP corar de vergonha, não pela rigidez, mas pela modernidade. Em vez de salas cheias de fumo, temos um grupo de WhatsApp! Imaginamos as decisões cruciais a serem tomadas entre stickers de bom dia e memes de gatinhos. Um comité de ilustres desconhecidos a mudar o futuro do concelho, uma notificação de cada vez.
ResponderEliminarDo outro lado da barricada, temos os vencedores de sempre: o PSD, guardião do caciquismo local. Em Pombal, a primeira pergunta antes de um "bom dia" é: "És da nossa cor?". Se a resposta for não, boa sorte a tentar obter uma licença para o barracão das ferramentas. E aquela vaga que abriu na câmara? Esqueçe! Essa também é cor-de-laranja...
E, finalmente, o Óscar de Melhor Ator Secundário vai para Manuel Serra! O homem que, contra todas as probabilidades e alinhamentos políticos, realizou o seu sonho de menino: sentar-se na cadeira de vereador. A sua entrevista à "Onda Certa" já devia estar no top de comédia da Netflix. Com a destreza de uma enguia besuntada em azeite, o nosso Manuel demonstrou uma capacidade olímpica de virar o bico ao prego, esquecendo-se convenientemente da rampa de lançamento do PSD que usou não há muito tempo. Um verdadeiro oportunista de fino recorte, que surfou a onda do Chega e com um resultado que reforça que o importante não é o mérito que os eleitores dão aos candidatos, mas sim arranjar bilhete para a festa...
Caro anónimo do PS, o sonho comanda a vida e quando se começa em menino ainda mais!
EliminarOs sucessos aparecem sempre das inovações e não das bafientas e seguras posições consensuais.
Todos têm uma rampa de lançamento quando pretendem atingir algo mais do que só comentar negativamente.
Tudo aquilo que aqui pretendeu demonizar representa para mim as qualidades dos que têm coragem de agir pela própria cabeça.
E é por isso que muitos comentam, na segurança do coletivismo acéfalo, mas só alguns lá chegam, como está à vista.
O trabalho político não se devia terminar agora. Dependendo de cada uma e das responsabilidades pessoais e profissionais de cada um, é importante continuar a lutar para impedir despesismo e incentivar as melhorias no concelho.
ResponderEliminarPena é o nosso PSD aparentar não ser o das contas certas.