José Manuel Silva, pombalense (creio que ele não se incomodará de assim ser rotulado) e bastonário da ordem dos médicos, já aqui e aqui foi referido em termos elogiosos. Contudo, e porque o Farpas não faz apenas posts "fofinhos" em que se diz bem das pessoas (há até quem por aí afirme que esta "corja" só serve para dizer mal e deitar abaixo), hoje a citação é para fazer um reparo e mostrar desagrado em relação a várias posições da ordem a que o nosso José Manuel Silva preside.
A questão começa com os médicos colombianos, que a FMUP diz serem gente capaz e com conhecimentos válidos na matéria, mas que alguns médicos portuguesíssimos (à sombra da sua ordem) diz que estavam bem era a podar vinhas. Porque não sabem fazer uma citologia, e não são "especialistas em saúde familiar", e não sei que mais. Parece que só mostram qualidades para marcar golos, como o Falcão. Aliás, os outros que aí estão para chegar, vindos da Costa Rica, parece que sofrem dos mesmos males.
De igual forma, parece que a solução para os males da saúde em Portugal, segundo os mesmos, terá de passar sempre por dar prioridade aos médicos portugueses.
Ora, tudo isto faz-me uma enorme confusão. Não vou chegar ao ponto de os chamar xenófobos (apesar de se colocarem a jeito para tal), mas parece-me inegável que a hiper-protecção corporativa tem tido sempre como prejudicados os utentes do SNS. Ou não será verdade que temos em Portugal muitos centros de saúde fechados por falta de médicos? Realidade essa vivida também no nosso concelho, que não será um exemplo extremo de interioridade. Ou recentemente na Alfredo da Costa, na "capital do império". Se a Alfredo da Costa não consegue atrair médicos, que outros e melhores argumentos poderia apresentar uma maternidade ou hospital em Celorico da Beira, Trancoso ou Portalegre?
Prometo voltar muito em breve ao tema da saúde, mas para já, José Manuel Silva... assim não vamos lá! A sua classe há-de gostar de tanto proteccionismo, mas os que (como eu) estão desde Fevereiro de 2010 à espera de uma consulta dita urgente, nos HUC, que só vai acontecer em Julho de 2011, não!
Amigo
ResponderEliminarIsto vai continuar assim enquanto a Ordem dos Médicos tiver mais peso nas decisões quanto ao rumo da saúde no nosso país, do que o próprio Ministério da Saúde.
O ideal seria ver médicos inscritos no centro de emprego e a bater à porta de centros de saúde em Trancoso, Portalegre e Celourico a perguntar se há serviço...
A questão é mesmo essa... os médicos são impúnes, de tão escassos que são!
ResponderEliminar... e, apesar da escassez de que falas, a Ordem recusa qualquer ideia que vise criar condições para aumentar o número de vagas no ensino da medicina.
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