Quando daqui por muitos anos se escrever a história deste tempo no município de Pombal, haverá um capítulo dedicado ao estranho caso dos que, sendo elementos das festas, não chegaram para as organizar com mestria. Já todos percebemos que o Pedro & amigos são muito bons a animar os bares e recintos de qualquer arraial, marcando aqui uma diferença abissal em relação aos antecessores. Olhando para os últimos 30 anos, é fácil perceber que saltámos do 8 para o 80: Carolino não era dado a festarolas nem ajuntamentos populares, Narciso passou a marcar presença institucional em tudo o que era arraial, Diogo quebrou esse cordão popularucho e imprimiu solenidade ao ato de se fazer representar (ao Município, que é disso que se trata), mas veio Pimpão e abandalhou por completo a função: nunca percebeu que o poder de que está investido requeria um pouco mais do que aparecer nas festas e beber finos. Ora, como quem anda com um coxo aprende a coxear, quem o acompanha incorporou o mesmo espírito.
Não admira por isso que as festas do Bodo tenham sido assim meio sensaboronas, o que se refletiu na caixas de quem pagou - e bem - para explorar os bares. Nesta senda de "cumprir (aumentar) calendário" (e evitar as críticas ao despesismo, mesmo que nunca se tenha chegado a saber ao certo o prejuízo do Bodo passado - o Pedro poupou no cartaz, entregou os bares de cerveja a uns tipos que ninguém conhece (e por isso não havia qualquer interação entre vendedores e público cliente, coisa que também faz parte da festa), furtando aos funcionários municipais a possibilidade de ganharem uns trocos extra naqueles dias. É discutível, mas até se aceita. O que já não é aceitável são as condições em que centenas de crianças e jovens tiveram que atuar, no jardim do Cardal, numa clara falta de respeito pelo trabalho de escolas de música e de dança deste concelho. Na segunda-feira, a par das inenarráveis condições do som, chegámos ao cúmulo de nem sequer um apresentador ter sido designado para o espetáculo. Isso a contrastar com o domingo, em que o apresentador-estrela do folclore quase varria do palco quem não estivesse para ouvir as suas lérias.
É por isso boa ideia o inquérito que anda a circular nas redes. É bom que se aprenda com os erros: O Cardal não pode ser aquela coutada da Igreja e afins. E acantonar as freguesias e clubes da terra na Praça Marquês de Pombal também não. É ir aos concelhos vizinhos e ver como fazem. Não é preciso inventar muito.
No que toca aos espetáculos, Pedro Pimpão & seus amigos sabem que ficaram mal na fotografia do Bodo. E por isso, não estão de modoa: contrataram o artista do momento, Pedro Má Fama, para atuar na Feira Nacional de Artesanato - este ano transformada em festival de verão. Siga a festa!
Sobre toda esta forma de Governar, só tenho a dizer que o povo gosta assim. Por causa da minha frontalidade em relação ao tipo de Festas, numa conversa um eleitor da minha Freguesia disse-me na cara: Quem não gosta de viver no Concelho de Pombal que se mude para um mais Urbano e culturalmente mais desenvolvido. Eu simplesmente sorri e pensei que cabe a cada um de nós fazer algo para que consigamos mudar alguma coisa. Eu vou tentando, até porque gosto de viver aqui onde tenho a família e amigos.
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