"Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade.
Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade."
4 de Julho de 1776
Por vários motivos tendo andado arredado aqui do blog. Mas mesmo sem mais um anúncio de medidas de austeridade (que me abstenho de adjectivar, para já, e sobre o contexto político, quem me conhece sabe que tenho critério de estabelecimento de paternidade que ascendem a 3 décadas, pelo que me recuso a entrar, também para já, em jogos de culpas), sentia que era a altura de voltar a juntar-me aos meus camaradas e companheiros de blog e ilustres comentadores que têm chamado e comentado à colação vários assuntos que fazem jus ao espírito desta casa. E que pelo menos 300.000 € já conseguiram fazer poupar.
Mas essencialmente regresso porque se abre o último ano de um ciclo de 20 anos e começa a ser altura de um balanço e de uma antevisão. Não será missão fácil, mas é obrigatória, porque a exigência que uns alegam que praticam, tem de ser aquela que nós, pombalenses e eleitores, temos de colocar em prática para perceber bem o que foi feito e o que tem de ser feito, ainda que as conclusões sejam divergentes. O respeito por opinião alheia, uma das vítimas desta governação de 20 anos, bem como o insulto fácil ou a cortina de fumo utilizados amiúde para inviabilizar discussões, não nos devem afastar do essencial, que é perceber como se governou e que herança se deixa para o futuro.
Nesse aspecto, a frase que cito, velha de 236 anos, tem todas as pistas para perceber o que queremos e devemos exigir, contextualizando obviamente a questão do abolir ou alterar, entendendo-se por isso o participar, exigir, reivindicar, mudar, tal como muitos fazem neste Concelho. Infelizmente, a minoria. Porque isso não é por em causa a legitimidade de quem governa, é reforçá-la e responsabilizá-la. Porque, mais uma vez, contemporizar com desresponsabilizações constantes ou obras que não se percebem é um dever de cidadania. Que não é nosso (Farpas) monopólio, mas que, por forças que não percebemos (ou percebemos e não queremos crer) cada vez menos têm fóruns próprios para serem manifestadas.
Haja agora a coragem de exigir mais e melhor que nos últimos anos foi esquecida. Porque é a preparar os anos que aí vêm, tendo em conta os erros e acertos do passado, que se consegue mais e melhor. Não é a aceitar qualquer cozinhado ou posição pré-eleitoral (do poder ou da oposição) participado apenas por meia-dúzia que se pode dizer que se legitima o consentimento dos governados.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarA medida é arrasadora. O caminho é de eficácia duvidosa. Os trabalhadores estão a ficar extorquidos, sem emprego, sem expectativas. Os abusos e mordomias dos parasitas do estado permanecem. Mas sabes o que me custou mais, João? Foi o chico espertismo do costume. A bomba anunciada 15 minutos antes do jogo, porque "os portugueses são burros e vão esquecer isto tudo para gritar os golos da selecção". Anunciada por um tipo que no dia anterior afirmava nao saber nada de impostos novos, e falava de mais austeridade como uma coisa que nao estava prevista. E afinal, já estava tudo maquinado.
ResponderEliminarNao há paciência, porra. Nao há paciência para mais políticos mentirosos, cínicos, intocáveis, que nos tratam como otários. Nao há forma de acabar com estes macacos?
Referia-me, claro, ás medidas anunciadas pelo PM, ontem. Mas o post do Alvim vai muito mais longe. Ou mais perto. Assim o queiram entender!
ResponderEliminarA entrada foi feita a pensar na actuação deste (e de outros) governos. Nunca numa lógica de poder na rua, mas de decência na actuação. Mas o resto é como dizes...
ResponderEliminarLembro-me de um Estado Novo, sem pudor, sem compaixão, mas sempre pela "Moral e Bons Costumes". Dizem que aqueles tempos foram os mais difíceis do nosso País. Não concordo. Era ainda adolescente, mas conheciam-se os limites da malvadeza. Agora é muito pior do que antes, e sem moral. Fazem dos portugueses estúpidos seres que só se interessam por assuntos menores, enquanto eles, os Gordos de Lisboa, sugam as últimas forças a uma geração inteira.
ResponderEliminarOs meus netos estão a crescer num país desprovido do mais elementar atributo no seu povo: a Vergonha.
O Gabriel já disse tudo. Só substituiria a palavra Macacos, por Bandalhos.
Estamos a chegar a um estado, que se calhar temos de acabar com o estado a que chegámos, mais dia menos dia terá de haver alguém que se proponha a acabar com o estado a que chegámos.
ResponderEliminar(mais ou menos(não é citação correcta), palavras de SALGUEIRO MAIA, noite de 24 de ABril de 1974)
-Eu sei que o post não tem nada a haver com isto, mas isto é m uito mais importante, como aliás os comentadores supra (tb) acham.
quanto ao post, sempre comento, como eu gostava que o meu País estivesse no estado em que está o meu Municipio
ResponderEliminar