21 de março de 2019

O auto de fé em Vila Cã


Esta noite a Assembleia de Freguesia de Vila Cã vai reunir, em sessão extraordinária. O que acontece naquela pequena freguesia do concelho de Pombal é bastante para alimentar uma série televisiva, tal a riqueza do enredo. Ora vejamos: o actual presidente da Assembleia de Freguesia, João Antunes dos Santos, queria ser presidente - mas perdeu as eleições para o PSD em 2013. Nesse ano quem ganhou a junta foi a actual presidente, Ana Tenente, ao leme de uma lista independente, fortemente apoiada por Maria José Marques, que em 2017 viria a ser a sua principal adversária, pelo mesmo PSD. Contra todas as expectativas (menos a do povo, que ainda conta alguma coisa na hora da votação), Ana Tenente voltou a ganhar eleições. O PS perdeu esse jogo por falta de comparência, e o CDS conta pouco. 
As tricas e miudezas são uma constante, por ali, transformando a vida política e pública numa conversa de comadres. Não admira por isso que daí se evolua para o auto de fé, com uma dessas sessões programadas para esta noite. 

Da ordem de trabalhos desta sessão extraordinária constam dois pontos:
1. Apreciação e discussão dos assuntos laborais da freguesia e audição dos trabalhadores da autarquia
2. ponto de situação do cemitério de Vila Cã - estado actual e futuro alargamento.

Um e outro serão certamente de urgência e gravidade bastante para justificar uma reunião da AF extraordinária, já que as ordinárias têm feito jus ao nome, em largo espectro. 
Ana Tenente tem cometido vários erros ao longo do tempo, enquanto autarca. Está longe de ser hoje a simpática administrativa que resolvia dos problemas a toda a gente, popularidade que a fez ganhar com larga vantagem aquela primeira eleição - depois de menosprezada pelo partido em geral e por Diogo Mateus em particular. Mas desengane-se quem julga que é com este vinagre que se apanham as moscas em Vila Cã - ou noutra terra qualquer. Se a intenção é provocar eleições antecipadas, que uns e outros estejam preparados para a possibilidade de continuarem na oposição. Ao PS, bastaria organizar-se localmente, e facilmente acabava com este saco de gatos.

3 comentários:

  1. Tenho por hábito só comentar posts que me pareçam equilibrados e inteligentes.
    Fico mais informado de uma questão que só de longe conheço e a análise apresentada dá uma visão que, embora pessoal, me parece esclarecida e conclui aspetos interessantes embora tristes.
    Lamento que em Vila Cã se estejam a passar tais diferendos até porque sou amigo, e leal, de todos os 3 principais visados, já que a amizade que pratico é tanto para quem está na mó de cima como para quem não está.
    Mas principalmente lamento porque os diferendos desviam a atenção do essencial da vida autárquica para o indesejável dos conflitos.
    Para haverem eleições antecipadas só há duas formas possíveis:
    Ou o Presidente se demite.
    Ou a assembleia de demite em mais de 50%, com toda a lista substituta a demitir-se igualmente.Nao me parece que vá acontecer.
    Apenas não entendo, a menos que seja por fanatismo político, como é que está tão segura que o PS se se organizasse poderia ser o justiceiro que colocaria tudo nos eixos?
    Por mim o que pode resolver a situação irregular são boas práticas e bom senso independente das cores politicas.

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  2. Pretendo alterar uma frase do meu comentário anterior porque não corresponde ao meu espírito. Assim substitua-se onde está" fanatismo politico" por:
    a menos que seja por auto de fé
    político"...

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  3. Se a Presidente Ana Tenente tivesse alinhado em comer uns porcos no espeto e beber um sumo de laranja o Clementina-Mor tinha desviado a pólvora e agora ela teria uma vidinha tranquila. Eu bem a avisei que o Clementina-Mor ainda não tinha digerido aquela derrota histórica em 2009. O rapaz está a subir muito no partido...até está tipo Prof. Marcelo a dar notas. Está á espera do desgaste e da queda total do Clementina-Brilha para conquistar o laranjal-dos-pequenos. Por isso a Clementina-mais-doce está pendurada e não exerce o mandato para o qual foi eleita.

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