1 de março de 2024

A pergunta que ficou sem resposta em Abiul – um berbicacho

A presidente da junta de Abiul (Sandra Barros), para além de ter recebido bem os membros da AM, dizem eles, fez, logo na abertura, no seu estilo discreto e oportuno, uma boa intervenção. Para além de, como é da praxe, agradecer alguns investimentos e apoios fez também os inevitáveis pedidos… E obteve as habituais respostas. 

Até aqui tudo bem – tudo como é da praxe.



Mas para o final da sua intervenção, a presidente guardou a pergunta maldita, que muitos membros da assembleia conhecem e deveriam fazer, mas não fazem. Perguntou se os contratos de arrendamento das antigas escolas primárias, para exploração turística privada, realizados há mais de dois anos, ainda estavam em vigor, porque ainda nada foi concretizado e as escolas estão abandonadas, com muito arvoredo, os residentes a reclamar e a junta nada pode fazer! E deu o exemplo da escola de Almezinha, um edifício com três salas e bom espaço adjacente com valor para os residentes. Não obteve resposta!

O dotor Pimpão fala muito, e muito alto, porque não é verdadeiramente questionado - só lhe dão deixas (compreensíveis se vindas da bancada da maioria, mas indesculpáveis se “deixadas” pela dita oposição).

Aos que nos rotulam de só criticar por criticar, relembro que na altura da adjudicação tracei, aqui, o destino desta tola ilusão – a conversão das antigas escolas primárias para Alojamento Turístico. Não me enganei. O resultado está à vista. Às vezes até tenho pena de acertar tantas vezes no prognóstico destas tolices camarárias. Mas enfim – de onde não há não se pode tirar. 

Os estragos desta tolice não se ficam só pelo abandono destes imóveis – já assim estavam – e pelos custos administrativos do processo de adjudicação. Como era previsível, esta hasta pública só atrairia um ou outro oportunista, um ou outro falso empreendedor, sempre pronto a colar-se e a medrar à custa do Estado. Quando viram que isso não era viável abandonaram as ideias e os imóveis. Uns não mexeram uma palha porque queriam que a câmara fizesse o investimento inicial na requalificação dos imóveis, obrigação que nunca esteve no contrato, para eles depois cobrarem as rendas se algum perdido por ali aparecesse. Outro, consta, converteu ou quer converter o edifício para habitação particular, em total violação do contrato. Como a câmara faz algumas coisas só para mostrar que faz (alguma coisa), não controla as coisas nem se dá ao respeito, não exigiu obras no prazo e não cobrou as rendas devidas. Resultado: em vez de resolver um problema menor arranjou dois ou três - meteu-se num berbicacho financeiro e jurídico!

Estamos neste ponto. Cantemos o refrão dos Deolinda:

“Ai, ai, ai, Viriato, queremos ver, 

Como é que vai resolver o berbicacho”.  

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