29 de junho de 2017

O sangue-azul do Oeste



O povo é uma chatice. O povo não lê. O povo não ouve jazz, blues, ou música clássica. Não sabe o que são botões de punho, suspensórios, gilet no inverno nem passeios de barco no verão. E desde há umas quatro décadas, ainda se acha no direito de opinar, amiúde, sobre o tempo e o modo daqueles que elege como seus legítimos representantes. Fá-lo pouco, é certo, mas ainda assim em demasia, aos olhos de uns e outros.
A intervenção do presidente da Junta de Freguesia da Guia  da União de Freguesias do Oeste na última Assembleia Municipal é uma ode à nova vaga de politiqueiros que emerge, de quando em vez, disfarçados de autarcas. Há quatro anos, Manuel Serra fez o especial favor de se candidatar à Junta do Oeste. Ganhou, com os votos do voto, mas nas suas palavras percebe-se o incómodo em lidar com ele. Não lhe parece legítimo que povo público utilize a AM, ao abrigo do regimento, como espaço de comentário político.  "Política pura e opinião de cada um discute-se nos cafés, nos jornais, no farpas...", esse fóruns onde a etiqueta não entra. 
Perante tão abalizada opinião de quem ali está por inerência, aqui no Farpas assalta-nos pequena dúvida:
- lá na sua freguesia já alterou o regimento para que o povo não vá às assembleias importunar os eleitos? Ou já educou o povo para se comportar condignamente? 

7 comentários:

  1. Caro Amigo José Serra eu bem avisei para não ir de azul para a AM... Na Guia o povo é sereno e ainda acredita nas virtudes da SETA que aponta o céu...O céu é azul, mas olhe que no dia 1 de Outubro vai-se confrontar com fortes Candidatos...e nenhum é MAU...São todos bons, portanto o argumento do D. Diogo num comício na Guia em 2013 em que afirmou para não votarem no mau e votarem no BOM, desta vez pode não funcionar. Quem o avisa seu amigo é.

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  2. 25 DE ABRIL SEMPRE! FASCISMO NUNCA MAIS!

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  3. Querida Paula Sofia Luz(dos meus olhos)(riscado).
    Desde há uns tempos se vem anunciando algum assédio seu à minha pessoa!
    Pressente-se em si um desejo de “bem amar” um mal amado, no seu entendimento.
    Talvez noutra reencarnação, o sangue azul que me ensopou o pullover na AM, se possa misturar com o seu cáustico vermelho, mas que nesta, perdoe-me, já se perdeu noutra cabidela.
    Não almeje daqui um romance idílico continuado porque não lhe vou alimentar a ansiedade mal disfarçada, com réplicas e tréplicas do que não tem grande história.
    Apenas algumas questões: Acaso a “Inerência”(vermelha) é menos legítima?
    Acaso a um autarca está vedada a política… e por isso politiqueiro? Não é povo também? Ou só pode falar de Tout-venant, Valetas e “alcadutos” lá da freguesia?
    O povo não se educa de um dia para o outro, mas há jornalistas armados em articulistas que até precisavam de melhorar a sua educação.
    A democracia porém acolhe todos e a minha tolerância mais ainda…
    Por isso realize-se continuando a derramar aqui o fel que segrega bastas vezes.
    Um beijo balsâmico nesse seu desejo não correspondido…
    MS

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    1. Ilustre Presidente Manuel Serra (assim, como se intitula no e-mail). O seu comentário pretensioso reforça ainda mais a imagem que me passa (a mim e a muito do povo) do fidalgo, ainda por cima a atirar ao marialva, convencido de que todas as donzelas da plebe aspiravam relacionar-se um dia com os senhores. Deixe-se disso, não é para si nem para a sua idade...sem contar que já lá vão os tempos das blusas amarelas nos arraiais.
      Mas vamos ao que interessa: uma vez que "o povo não se educa de um dia para o outro", percebeu ao menos qual é a sua legitimidade na AM? É que de tout-venant, valetas e passeios, a obra que anda a fazer nas aldeias de Antões e Moita do Boi, fala por si ;)

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  4. Sr. Manuel Serra, confesso que gostei do seu Português escrito, do seu vocabulário e do sacarmos mas, ser vermelho Azul ou amarelo tanto faz, todos têm direito a opinião. o essencial é que todos falem direito, assim se faz politica.
    Permita-me que discorde da sua opinião, na qualidade de munícipe, relativamente às intervenções do publico nas AM.
    A AM. é um órgão autárquico por excelência, pois, têm a maior representatividade do povo, é local onde se aprovam os planos e orçamentos do executivo municipal e se aprovam ou não as posturas e regulamentos municipais. portanto, quanto maior for a participação dos munícipes nas AM melhor será a democracia e melhor o interesse dos munícipes pela coisa pública e melhor será também o serviço prestado elos eleitos à comunidade. Vedar a participação do publico nas AM nunca, opinião de um cidadão.

    Estou de acordo quando diz que a mesa deve pedir informação prévia sobre o assunto que o município vai abordar na sua intervenção. Se a mesa da AM. assim não procede não está a cumprir o regimento, por tal proponham uma moção de censurara à mesa

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  5. Lamento que no desdém para com os "opinadores" não inclua também os "lambe-cús". Nao sei qual é o termo polido, mas creio que facilmente identificarão aqueles a que me refiro. São a maioria na "presumivel casa da democracia". São, igual ou mormente, uma chatice, e deviam ser barrados.

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  6. Amigo José do Trasso
    Grato pelo seu comentário sobre o qual não estou em desacordo.
    A questão das matizes apenas é utilizada como contraste na ladainha que pretendeu concluir o que nunca foi minha intenção.
    Note que nem no modo nem na acção jamais me viram a tolher, ou sequer comentar, as opiniões alheias. Sempre fui livre pensador e tutelas mentais foi coisa que nunca aceitei e jamais impus.
    A minha intervenção devia ter sido contextualizada, pois referia-se em exclusivo à intervenção de um munícipe na AM de 27/04/2017- 06.17.53 em diante que poderá apreciar em https://www.youtube.com/watch?v=tnwKfPX_3WM .
    Intervenções daquele género não podem ter lugar numa Assembleia Municipal porque então, em período eleitoral, e não só, todos poderiam ir para lá fazer campanha, exortando ou vexando quem entendessem, tudo muito bem embrulhado em intervenção reservada ao público.
    Para mim é e será sempre uma utilização abusiva de uma prerrogativa regimental que não se destina àquele fim, mas que, pode sempre ser utilizada abusivamente como foi, e por isso a proposta de algumas regras prévias.
    Como referi, na AR, casa da representação popular, nem sequer há período do público, nem sequer pode haver a mínima manifestação popular, mesmo de apoio a algo. E nem por isso é menos democrática ou mais totalitária. E se assim é, é por alguma razão que jamais vi posta em causa por qualquer força política.
    Obviamente que não defendo o mesmo para as AM ou AF, apenas defendo que não deve haver lugar a intervenções políticas como a que ocorreu, na qual, veja bem, até a “defesa da honra” já ia escrita????
    Refiro ainda que o munícipe em causa até é meu familiar, meu particular amigo, de quem continuo amigo e a quem, passados dias, recebi em minha casa para durante mais de duas horas conversarmos sobre o assunto e a quem referi exactamente o que disse depois, e mantenho, na AM. Porque note que, principalmente aos amigos, sempre faço questão de dar a minha opinião sobre aquilo que fazem e me parece menos bem, e quanto a mim a sua intervenção foi ilegítima no local que escolheu para a fazer. Aquilo pode-se dizer nos jornais, nos cafés, no farpas, etc…, mas na AM parece-me utilização abusiva de um espaço que não se destina àquilo.
    Obviamente que aos ávidos de sangue jornalístico dão jeito estes episódios porque sempre se pode ir apoiando uns e vaiando outros, tudo em prol da agitação popular e de alguma vaidade do articulista.
    Pelo que foi dito, caro amigo, julgo que ficou claro que nunca pretendi vedar a palavra ao público, nem faria sentido, apenas que não vale tudo no reino da liberdade.
    Cumprimentos
    MS

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